São João Paulo II recorda-nos:
“Como toda a existência cristã, também a vocação à vida consagrada está intimamente relacionada com a obra do Espírito Santo. É Ele que, pelos milênios afora, sempre induz novas pessoas a sentirem atração por uma opção tão comprometedora. Sob a sua ação, elas revivem, de certo modo, a experiência do profeta Jeremias: ‘Vós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir’ (20,7). É o Espírito que suscita o desejo de uma resposta cabal; é Ele que guia o crescimento desse anseio, fazendo amadurecer a resposta positiva e sustentando, depois, a sua fiel realização; é Ele que forma e plasma o espírito dos que são chamados, configurando-os a Cristo casto, pobre e obediente, e impelindo-os a assumirem a sua missão. Deixando-se guiar pelo Espírito, num caminho ininterrupto de purificação, tornam-se, dia após dia, pessoas cristiformes, prolongamento na história de uma especial presença do Senhor ressuscitado” (Vita consecrata, n. 19).
Assim, o Sumo Pontífice prossegue: “O Espírito Santo, artífice admirável da diversidade de carismas, suscitou no nosso tempo novas expressões de vida consagrada, como que desejando corresponder, segundo um desígnio providencial, às novas necessidades que a Igreja encontra hoje no cumprimento da sua missão no mundo” (Vita consecrata, n. 10).
Se nossa identidade vincula-se à ação do Espírito Santo, devemos permitir que Ele próprio, por meio do exercício dos dons carismáticos, sirva-se da Comunidade Católica Querigma “para despertar a fé nos corações de numerosos cristãos e para fazer com que eles redescubram a vocação recebida mediante o Batismo, ajudando-os a serem testemunhas de esperança, repletas daquele fogo de amor que é precisamente o dom do Espírito Santo” (Bento XVI, Encontro com os Movimentos Eclesiais e as Novas Comunidades, Celebração das Primeiras Vésperas da Vigília de
Pentecostes, 2006).